Algo sobre o que se chama de arte obscura. Um refúgio do mundo real e abstrações latentes em um baú.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

As cores do mundo.


Meus olhos não brilham. 
Apenas refletem o brilho da luz do meu velho abajur de cobre maciço, que passou por tantas gerações e que pesa como a carga de um cérebro. 
Um cérebro humano mesmo, qualquer um desses. Como esse nosso cérebro.

Costumo perder o foco. Entro nos atalhos da estrada. 
Como quando um túneo leva a outro e uma porta leva a outra, e a cada um, há três portas que levam a outras duas portas. Tudo para que uma escolha seja feita.

Queria escrever algo que não te deixe perder o foco, mas que não fique entediante. Se você perde o seu foco, algo estimulou um pensamento que mudou sua direção. 
Viu as minhas palavras no fim da estrada? Elas estão brilhando e desfocando sua direção. Ou não. Como eu.

Em algum momento, a gravidade do ar das montanhas mais altas, levarão consigo as palavras, doces palavras perdidas no tempo.
No momento em que eu percebi, era tarde demais.O meu problema é não saber dividir. Preciso dizer a mim mesma que alguém me ama.

Eu, que me persigo no claro e no escuro, vejo uma luz distante, que vai se esvaecendo na estrada vazia. Essa é a luz das palavras. Elas são a única luz na minha vida, além das fulgurosas pérolas do céu, lágrimas da noite, a meia noite, a meia luz. 
Meu olhar é subjetivo, desfulgurado. 
Mas eu tenho o claro do meu velho abajur, que não mais me abandonou. A não ser nas horas de minhas necessidades da escuridão. 
Mas posso dizer que sou um ser iluminado, eu diria que minha sombra é tenebrosa. 
Temo a minha sombra, Ela é maior do que eu e sem cor. As pessoas e o mundo tem cor. E eu não, ou minha sombra. 
Estou em dúvida.
Como diriam as criaturas da noite, é uma luz falsa. 
Logo sou iluminado por uma luz falsa e logo sou um ser desprovido de luminosidade. Mas as criaturas da noite tem o brilho dos olhos.
‘Sofro mais porque não digo porque sofro.’