Algo sobre o que se chama de arte obscura. Um refúgio do mundo real e abstrações latentes em um baú.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

O Elixir do álcool





Ser mulher é coisa de mulher. Só mulher conseguiria ser uma mulher. 
Mulher é macho, eu digo mulher mesmo, dessas guerreiras. 
Que sabem fazer qualquer coisa valer a pena.
Meu corpo me chama. 
Ele é tão mais fraco que eu. Isso me entristece às vezes. 
Ele me limita. 
Eu não gosto de limites. Mas enfim.

Bebi demais e agora não sei o que fazer de mim. 
Estou de porre e querendo alguém pra me amar. 
Eu não sei ser uma boa companhia pra mim nesses momentos.
Depois de me ter tanto, quero me doar a alguém. 
Ainda mais de porre. 
Alguém me quer ? pago a quem quiser. 
Quero me doar por inteiro. 
Não dou conta de mim. 
Pago bem. 

Me manifesto para mim mesma.
Meu querer está distante...

terça-feira, 10 de maio de 2011

Este é o Charles. 
E eu o fiz no dia 08/05/2011.
E eu o fiz pra ser minha companhia nos momentos em que eu não sou uma boa companhia pra mim. 


A dor que sinto






Fecho meus olhos e tento entender a dor que sinto. Tento entender porque sinto. Deveria eu ter me tornado tão frágil?
Estava tudo certo, meu erro foi descobrir que tenho um coração. 
Me sentir mais humana como me sinto agora tem me feito tão mal. Mal pra mim, pro meu ser.

Preciso me dar uma paz. 
Mas se eu for buscar minha paz, vou lutar comigo mesma, como estou lutando agora.

Já não sei o que fazer de mim. Quero percorrer e descobrir o fim do caminho. 




Quero saber se devo sumir ou continuar aqui, estática.
Leve-me ao lugar que amo, leve-me ao meu mundo, leve-me onde eu deixei meu coração. 
E me deixe lá, onde eu não consiga identificar o que é real do que é quimérico. 


Onde eu não possa mais cair e me machucar. Como estou caída agora.
Fraturei um membro e não consigo me levantar.

Agora já não sei o que fazer de mim.
Ficarei estática até que volte minha vontade de seguir. 


                                                                    

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A procura de mim



Estou com saudade de mim. Há muito tempo não me tenho.
Quando estou com alguém, eu me dôo tanto que depois de um tempo sinto falta de mim.
Preciso de um tempo para brigar comigo. Para me entender comigo mesma.
Quando quero estar com alguém, quero tanto que me esqueço de mim. 
E então eu me sinto presa em algo que não sou eu. 
E essa é a hora em que eu me procuro até a nascente dos meus extremos e não me encontro nunca. Me encontro ali, onde deixei meu coração. 
Mas e quando eu não quero estar lá? Eu preciso estar lá o tempo todo? 
Eu quero um pouco de mim. Cadê eu? Devo ter me esquecido em algum lugar confortável.  
O conforto conforta. E sentir-se confortável é um erro cruel. É um erro que mata e vai corroendo a alma devagar, como uma bactéria consome um corpo em decomposição. E essa bactéria está corroendo meu corpo agora. 
Minhas alegrias dependem disso. E agora preciso sumir.
Me estranha ser o que sou. Me estranha saber no que me tornei. 
Me estranha saber que o que eu quero está tão distante de mim. Num lugar onde eu não posso alcançar. Como uma criança que pula para pegar o balão que está voando, voando alto, então a vontade é de alcançá-lo para voar junto com ele pra lugar nenhum. 
E essa vontade me faz mal, me deixa pálida, como uma rosa branca nascida na fresta entre a terra e o concreto em um tumulo cinza.
Eu só queria me sentir bem agora. Bem comigo, bem com o coração. O coração dói tanto, ai de mim. 
Meu estômago também sofre e sente, ele apanha e depois bate em mim. Às vezes eu até penso ter dois corações. Não, não. Eu seria em dobro isso que eu sou? Não tem como. Não suportaria.
 Eu mato a mim mesma devagar, tentando encontrar um mínimo de alegriazinha. 
Mas o que me deixa triste é saber que não sei viver assim, não compreendo o sentir. 
No dia do meu juízo final, sei lá onde, como e com quem, vou perguntar como funciona essa coisa de sentir demais. E não devo me esquecer também sobre a saudade, essa intrusa que atormenta minhas noites de insônia.
Não tenho dormido. Tenho sentido demais. 
Tenho sentido tudo e tanto que quero me entorpecer e sumir de mim, transcender meu espírito.
Hoje eu pensei em morar com os mortos. 
Eles são como eu, ou vive, ou morre. Eles são o morto e eu sou o vivo. 
Como é linda a casa deles, como o sol se põe mais lindo, e como as flores cheiram mais. Cheiram morte. Quero estar diante dos sonhos. 
Estou em estado de crise psíquica. 
Mas o que eu quero realmente é isso, e querer isso não é normal. 
Minhas crises são sinceras e me deixam frágil como uma taça de cristal. 
Eu sou frágil sempre. São minhas verdades em mim. Só quero sentí-las.
Escondo minhas fraquezas nas minhas forças, apesar de que eu as desconheço. 
Eu me desconheço. 
Mas já pensei demais sobre mim. 
Escrever é meu refúgio iluminado. 

Loris'