Algo sobre o que se chama de arte obscura. Um refúgio do mundo real e abstrações latentes em um baú.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Abismo intransponível


Existe um monte verde, entre o mar e o abismo
E no seu ponto mais alto, há uma arvore fria
Cujas folhas se alimentam de almas
Cujas almas são resquícios de uma vida perdida

Um dia as folhas da árvore encontraram uma alma
Que a deixou quente como a lava de um vulcão
A beira do abismo, o vento sopra com mais força
A arvore oscila com mais vigor



A arvore perde suas forças, e as folhas caem
Tudo está mais quente e sombrio
Um universo de fragilidades
A força estava no frio do monte verde

A vunerabilidade da arvore se resplandece
A cada toque, aos odores de lavas vulcânicas
As folhas já não são mais frias e caem facilmente
E se machucam e morrem. Abismo intransponível.

A intensidade do calor transfigura o ser
Uma vez movido a frieza do monte verde
O amor é a lava do vulcão que derruba as folhas
e se machucam e morrem. Abismo intransponível.
que a sustenta.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O sopro do pecado




Hoje eu vi faíscas caindo de um céu sem cor
Onde não há luz nem sombras
onde não há meu amor

Deixe me ficar onde o vento vai sussurrar pra mim
Onde minha alma possa sentir
que ainda há uma vida
A minha espera

Deixe me ficar onde eu sinta a noite em mim
Onde eu sinta que tudo me pertence
Onde eu sinta o pecado, a santidade, a evolução
Onde eu possa voar
e eu estou voando agora

Deixe me onde eu possa voar e continuar voando
Onde o destino não tenha destino
E quando eu estiver a beira de um sonho intangível
o toque do vento me levará ao sopro do amor
e ele me seguirá
Enquanto eu viver
Clamando por mim
Viverei sempre

O pecado, a santidade, a evolução.
                                                     

                                      Loris'
              

sábado, 1 de janeiro de 2011

Sinto me perder 

E eu ainda me lembro
De tudo que quero esquecer
E eu ainda me sinto mal
Por não poder te ver

E eu tento provar pra mim mesmo
Que tudo o que penso em vão

Fracasso em me lembrar que sou humano
E perceber que tudo não passa de espumas

Me sinto como um ser sublime
Mas um ser desprovido de emoçoes
Tocado com as mais sádicas mãos
Cujas marcas ainda traspõem

Meu céu anda pesado em nuvens
Em quatro paredes latentes
Ou em mentes absortas, vadias
Minha dor em mim transcende

Me lembro que sou humano
O bicho homem de coração
Quanto mais racional, mais tirano.
Mil palavras ditas em vão

O ser que diz
Que sente
Mente
Sofre
Mata
Morre
Pacedente.

O ser vulnerável
Que ama
Depende
Decente
Indiferente

O corvo voou.
Retornou.
Pôs-se em seu leito.
Sua missão fora cumprida.
Que venha uma morte tranqüila.

        Loris'  08.2010